Hoje acordei a tentar juntar todos os pensamentos que andam a pairar na minha cabeça há já alguns dias. Na verdade nem sei qual a conexão deles. Talvez seja apenas o facto de existirem todos na minha cabeça.
Existem muitas coisas que quero perceber. Por vezes, por querer tanto, esqueço-me de viver. A lúcidez na minha cabeça é algo que procuro com muita força e esta procura custa-me imenso.
Parece-me que é uma coisa cada vez desprezada pelo geral das pessoas.
Não consigo entrar num ritmo frenético, preciso ler nas entrelinhas. Demoro tempo a entender tudo na vida. Talvez esteja destinada ao fracasso, porém, não consigo contrariar isto em mim. Demoro tempo a ler as legendas dos filmes, demoro a perceber piadas, demoro a perceber regras de jogos, demoro a perceber que esperam de mim, demoro a perceber que espero de mim...Nunca percebo quando algo estranho se passa mesmo à minha frente. Tenho dificuldade em zangar-me, tenho sempre o hábito de viver tudo para dentro e tenho dificuldade em arranjar as palavras certas para me defender no momento que sou posta em causa.
Falta-me sangue.
Acho que daí vem o meu sonho de viver no campo: a possibilidade de isolamento e ao mesmo tempo a liberdade da procura quando a sinto necessária.
Em dias como este sonho com o alcance de uma liberdade muito para além da importância dos incómodos, das etiquetas, dos laços afectivos, da obrigações, das responsabilidades, do futuro.

Tenho saudades do meu Algarve e do lado de desconhecimento do "Novo Mundo".
Tenho saudades da simplicidade do café com leite, fatias douradas e sugus num 2º esquerdo dum prédio no Bairro da Caixa, em Vila Real de Santo António. Também sei que a esta simplicidade não se volta.

Imagem retirada de:
http://meupequenomundolouco.blogspot.com/